01 de Março | 2023 - Por Nelson Wilians

Uma nova odisseia

 
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Depois que o ChatGPT causou frisson na mídia e nos comentários de grupos de WhatsApp, pois interage de maneira semelhante à humana, fiquei me perguntando por que o sistema é considerado inovador e se, de fato, significa uma nova fronteira para um mundo de soluções inovadoras.

Alguns especialistas o consideram o maior inimigo do Google, o incontestável ‘G’ do mundo online. O GPT (abreviação de “Generative Pre-training Transformer”) e o Google parecem servir ao mesmo propósito: responder às perguntas dos usuários. Sim, mas com abordagens diferentes. O ChatGPT segue um curso radical de interação humana baseada em diálogo; já o Google segue a rota tradicional de receber a consulta, fazer a busca em bilhões de páginas da web e apresentar os resultados mais relevantes.

Enquanto o Google reina há mais de duas décadas, o GPT está em sua infância, com campo aberto para se aprimorar e se adaptar, contudo já se apresenta como um poderoso sistema de Inteligência Artificial (IA), capaz de analisar grandes conjuntos de dados na esteira da tecnologia learning machine.

Com essa nova ferramenta, você pode gerar textos coerentes e bem escritos em uma ampla variedade de estilos, tópicos e idiomas; bem como pode obter resumos de notícias, descrições de produtos ou narrativas de histórias. O chat ainda pode ser usado para gerar postagens e mensagens atraentes para as redes sociais, relatórios, e-mails e outros conteúdos, reduzindo, desta forma, a demanda por criadores e moderadores humanos de conteúdo.

“Em termos de técnicas, o ChatGPT não é particularmente inovador”, disse Yann LeCun, cientista-chefe de IA da Meta, em uma live com jornalistas. “Esses sistemas de IA orientados por dados foram construídos no passado por muitas empresas e laboratórios de pesquisa”, disse LeCun.

De fato, há pelo menos uma década convivemos com a Alexa, o Siri, o Olivia entre outros. Ainda assim, o GPT não deixa de ser hipnotizante, pois está sendo treinado para refinar as respostas à medida que você faz mais perguntas e, em seguida, armazenar o que aprendeu para outras pessoas.

De certa forma, o novo sistema ainda é meio ingênuo, porque a internet, como sabemos, é uma mistura de marketing, autopromoção, notícias e opiniões aleatórias, um apanhado de informações que podem conduzir o sistema a oferecer respostas vultosas, porém totalmente fictícias e erradas. Chatbots como o GPT precisam de conteúdo refinado para que funcionem de maneira confiável e forneçam dados válidos, caso contrário, pode ser apenas uma máquina de desinformação.

Ainda assim, o sistema é uma conquista notável e, mesmo que não se firme, engrossa uma gama cada vez maior de ferramentas de IA.

Algumas projeções apontam que a inteligência artificial contribuirá com mais de 15 trilhões de dólares para a economia global até 2030. Veremos! Até aqui, o GPT é apenas um presságio de um mundo diferente, principalmente com a possibilidade de ser combinado aos mecanismos de pesquisa. Eu me concentro em refletir as palavras de Arthur C. Clarke, autor do conto ‘A Sentinela’, que deu origem ao filme ‘2001: Uma Odisseia no Espaço’: “Agora sou um especialista científico; isso significa que não sei nada sobre absolutamente tudo”.

PS: joguei a frase acima no ChatGPT, que me deu uma boa explicação sobre o seu significado. Resumo aqui: “… quanto mais uma pessoa se aprofunda em um campo científico específico, mais ela se torna consciente do vasto e complexo conhecimento que ainda precisa aprender e compreender”.

Por

  1. Nelson Wilians Fratoni Rodrigues
  2. CEO e Sócio-Fundador

  3. São Paulo/SP

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