Como disse Charles Darwin, “não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”.
A advocacia tem sua história entrelaçada nas raízes mais profundas das civilizações, e sempre foi uma presença constante na busca pela justiça, até quando ainda não era chamada por esse nome. Desde os antigos tribunais de Atenas com seus retóricos, até os modernos sistemas judiciários com seus processos eletrônicos e que estão às portas da revolução das inteligências artificiais. No entanto, hoje, a advocacia se depara com um novo horizonte, onde o passado glorioso deve harmonizar-se com um futuro impulsionado pela tecnologia.
O filósofo John Rawls, com sua visão eterna, afirmou que “A justiça é a primeira virtude das instituições sociais, como a verdade o é dos sistemas de pensamento.” Os advogados são, portanto, os bastiões dessa estrutura fundamental, navegando pelos intrincados caminhos da lei para guiar a sociedade. Na aurora da advocacia, a retórica do orador era a força dominante nos tribunais, capaz de mover a balança da justiça com o mero poder do verbo.
A marcha implacável da tecnologia transformou a prática do direito. A era digital introduziu ferramentas que aceleram procedimentos e tornam a justiça mais acessível, mas não ofuscam a arte da argumentação, que continua sendo essencial na advocacia. Assim, a advocacia contemporânea honra sua herança retórica, mas a reinventa, estabelecendo um novo padrão, onde a tradição e a inovação coexistem, garantindo que a justiça continue sendo o alicerce sobre o qual a sociedade se sustenta.
O futuro da advocacia promete ser ainda mais impactante, com a utilização cada vez mais frequente da inteligência artificial e a big data oferecendo novas ferramentas para a análise de precedentes e a previsão de resultados judiciais e prospecção de novos clientes. Já estamos nesse processo.
No entanto, como alertou Pablo Picasso, “Computadores são inúteis. Eles conseguem apenas lhe dar respostas”. Concluo que é imperativo que os profissionais do direito não apenas abracem essas inovações, mas também desenvolvam uma compreensão aguçada de suas implicações éticas e práticas. Aqueles que ignorarem essa onda de transformação digital correm o risco de serem ultrapassados por ela, enquanto os que a adotarem e se adaptarem com prudência, liderarão o caminho em direção ao futuro.
A história nos mostra que a advocacia sempre soube se reinventar. Desde os tempos de Justiniano, com suas compilações de leis que ainda influenciam o direito contemporâneo, até os dias atuais, onde a globalização e a diversidade cultural apresentam novos desafios legais.
Em sua peça “A tempestade”, Shakespeare nos brindou com a simples e bela afirmação de que “o passado é um prólogo”, e assim, o legado da advocacia serve de alicerce para as inovações que estão por vir.
Ao olharmos para o passado da advocacia, celebramos as conquistas e aprendizados que nos trouxeram até aqui. E ao projetarmos o futuro, devemos fazê-lo com a consciência de que somos os arquitetos de uma justiça mais efetiva, equitativa e humana. Como um grande advogado um dia nos disse (segredo: o nome começa com “N” e termina com “W”): “Para realizar algo, primeiro acredite e não se deixe tombar pelas circunstâncias presentes. A pessoa que realiza vê o futuro que ninguém mais vê.” Que a advocacia do futuro seja uma jornada audaciosa rumo à excelência e à justiça para todos.