09 de Março | 2023 - Por Nelson Wilians

O que move o homem?

 
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De modo cínico, eu diria que tenho uma grande propensão a acreditar que é a cafeína, essa substância natural encontrada em diversas bebidas. Basta olhar para a máquina de café nas empresas, tem sempre alguém lá esperando completar o copinho. Tenho certeza de que o pessoal que vende café acrescentaria que a cafeína melhora também o desempenho cognitivo e físico.

Obviamente que estou aqui a tecer galhofas sobre a motivação humana, que é um fenômeno complexo, influenciado por uma variedade de fatores, sobretudo, por dinheiro e status social. Porém, não compactuo das teorias sombrias sobre as motivações humanas.

O dinheiro é um motivador importante, pois pode oferecer segurança financeira, além de prestígio e poder.
Na semana passada estive em Goiás para fazer uma palestra para jovens advogados, na sede da OAB.

Além de falar sobre a importância de se ver a advocacia com um olhar de empreendedor, busquei reforçar que a advocacia é uma profissão que oferece inúmeras oportunidades para quem quer crescer e prosperar financeiramente.

Se eu não for o único, sou um dos raros advogados de um grande escritório que fala abertamente sobre esse tema. E o resultado, obviamente, é que há um grande interesse entre estudantes e jovens em me ouvir. Posso medir isso pelo tipo de perguntas que me são dirigidas ao final dessas palestras.

Muitos evitam falar abertamente sobre dinheiro, por considerar esse tema pessoal ou por receio de serem julgados por suas escolhas financeiras. Há muito descobri que o “dinheiro pode não comprar felicidade, mas prefiro chorar em um Jaguar do que em um ônibus” (Françoise Sagan).

Contudo, vale ressaltar: falar ou querer ter dinheiro não fere nenhum preceito ético profissional, e a falta de informação pode afetar a definição de honorários por jovens profissionais em diferentes áreas, incluindo a advocacia.

Cada área profissional, por óbvio, tem suas particularidades e desafios específicos, o que pode tornar mais difícil a obtenção de informações sobre honorários. Não estou querendo dizer aqui que os profissionais devam falar abertamente sobre sua remuneração. Mas, sim, falar de um propósito que dá significado à vida de um profissional, que é ser bem remunerado.

Não à toa, e tenho dito isso com certa frequência, os concursos públicos estão abarrotados de candidatos, que, em sua grande maioria, veem neles uma oportunidade de alcançar esse objetivo, inclusive, motivando as faculdades a ter uma grade curricular voltada a atender a esse interesse. Para mim, esse é um grande desperdício de vocações.

Vira e mexe, volto a esse tema, justamente porque, ainda que não exista um tabu absoluto em se falar sobre dinheiro, entendo que é preciso dialogar sobre honorários advocatícios para incentivar os jovens a crescerem e se desenvolverem. Essa é uma forma de construir um ambiente de trabalho mais saudável, colaborativo e produtivo.

No mais, o que move o homem é a controversa natureza humana. E sobre dinheiro e cafeína há algo em comum: a falta de um pode trazer ansiedade, insônia, tremores e palpitações; o mesmo que o outro, se consumido em excesso.

Por

  1. Nelson Wilians Fratoni Rodrigues
  2. CEO e Sócio-Fundador

  3. São Paulo/SP
  • Assessoria de imprensa:
  • imprensa@nwadv.com.br
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