04 de Maio | 2023 - Por Nelson Wilians

Sair do sofá

 
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Desde o clássico Chesterfield, caracterizado por um design elegante e sofisticado com encosto alto e braços arredondados; passando pelo Eames Lounge, conhecido por seu estilo moderno e ergonômico; chegando aos dos filmes e programas de TV, como o de cor laranja da série Friends, ou o azul do meu amigo Ângelo Pastorello, os sofás exercem uma atração fatal sobre o homem.

Derivado da palavra árabe “suffah”, o sofá surgiu na antiguidade com o uso relacionado ao trono dos governantes árabes e era considerado um móvel elitista e de uso masculino. Hoje, é um dos móveis principais das residências contemporâneas. Não à toa surgiu a metáfora “ficar no sofá”, com o significado de inativo, desmotivado, acomodado…e por aí vai.

Me chamou a atenção essa semana uma reportagem publicada no site da revista Forbes americana, que dizia que a indústria moveleira dos Estados Unidos está “lutando para se livrar do uso de produtos químicos permanentes” antes que restrições entrem em vigor na Califórnia e em outros estados daquele país.

Pois é, aquele sofá aconchegante, acolhedor e, sobretudo, com um providencial tecido anti-manchas, utiliza PFAS (substâncias per e polifluoroalquil), uma classe de substâncias químicas que os fabricantes adicionam a uma grande variedade de produtos de consumo para torná-los antiaderentes, impermeáveis e resistentes a manchas. Além dos sofás, as PFAS são muito usadas em roupas impermeáveis, tapetes e embalagens de alimentos.

Essas substâncias, contudo, também estão associadas a uma série de efeitos adversos à saúde, além de serem potenciais causadoras de câncer.

Amy Feldman, editora da Forbes, lembra quão onipresentes são essas substâncias e que era preciso começar por algum lugar. “E os legisladores estaduais acharam que as salas de estar dos americanos poderiam ser um bom lugar para começar”.

Há um longo caminho, mas muitas empresas já estão trabalhando para desenvolver tecidos e espumas que sejam resistentes a manchas e líquidos sem o uso de PFAS. Como consumidores, podemos incentivar essas mudanças escolhendo produtos que sejam livres dessas substâncias sempre que possível.

Agora vamos ligar este assunto com a gestão de uma empresa. Muitos gestores tomam decisões que buscam solucionar um problema ou maximizar os lucros no curto prazo, mas que acabam se mostrando prejudiciais para a empresa no longo prazo, da mesma forma que as PFAS, que oferecem benefícios imediatos, mas apresentam riscos significativos para a saúde humana e o meio ambiente.

Procurar soluções fáceis e rápidas para os problemas, especialmente quando se trata de alcançar objetivos financeiros ou comerciais, é uma atitude humana difundida nos negócios, não obstante, isso é feito muitas vezes às custas do meio ambiente ou da saúde e segurança dos consumidores.

Acredito ser importante que os gestores adotem uma abordagem mais responsável e sustentável, que leve em consideração não apenas os objetivos financeiros, mas também o impacto social e ambiental de suas decisões. A longo prazo, essas decisões que promovem uma cultura organizacional de valorização da sustentabilidade e responsabilidade social, podem se mostrar mais benéficas para a empresa, seus stakeholders e o meio ambiente. Em suma, há que se ter soluções inovadoras e criativas, meus amigos.

Ainda que pareça uma decisão difícil para gestores e empresas, a hora é de sair do sofá!

Por

  1. Nelson Wilians Fratoni Rodrigues
  2. CEO e Sócio-Fundador

  3. São Paulo/SP

Para

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  • Assessoria de imprensa:
  • imprensa@nwadv.com.br
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